sexta-feira, agosto 17, 2007

PROMOVER O PEDESTRIANISMO. DEFENDER O AMBIENTE (1)


A Associação Amigos dos Açores, no âmbito do seu projecto “Conhecer Para Proteger, tem promovido no decurso dos últimos dezassete anos a realização de percursos pedestres mensais como forma privilegiada de contacto com a natureza”. Esta actividade constitui, por um lado, um instrumento de educação ambiental e de ocupação de tempos livres e, por outro, apresenta-se como um veículo primordial de promoção do património natural e cultural açoriano.

Além do referido, vários estudos confirmam que as caminhadas são benéficas para a saúde, apresentando diversas vantagens físicas e mentais. Com efeito, caminhar ajuda a queimar gorduras, alivia o stress, reduz o colesterol no sangue, fortalece e tonifica os músculos das pernas, coxas e ancas, fortalece os ossos, melhora a postura e alivia as dores nas costas, ajuda a atenuar estados depressivos, aumenta a auto- estima, etc.

Para além das actividades mencionadas, a associação, com o apoio de diversas entidades governamentais regionais e nacionais, autarquias e empresas, editou um conjunto de roteiros de percurso pedestres e tem promovido a pratica do pedestrianismo junto dos mais jovens, através do projecto anual “Caminhar Para Melhor Conhecer e Proteger”, que tem contado com o apoio da Direcção Regional da Juventude.

Para a prática do pedestrianismo- desporto dos que andam a pé- é importante, ou mesmo imprescindível, que existam trilhos previamente sinalizados com marcas e códigos internacionalmente conhecidos e aceites. No passado dia 23 de Setembro de 2000, a região deu o primeiro passo ao inaugurar, na Serra Devassa, o primeiro percurso pedestre nos Açores, devidamente sinalizado, usando a simbologia adoptada pela Federação Portuguesa de Campismo , entidade que a nível nacional compete promover e divulgar a prática do pedestrianismo e fazer o registo de todos os percursos pedestres, atribuir-lhes numeração e homologá-los de acordo com determinadas “Normas”.

Depois desta data, muito de positivo foi feito, mas também muitas falhas e alguns erros foram cometidos. Com efeito, alguns trilhos apresentam uma insuficiente marcação ou erros na utilização das marcas, outros, quanto a nós, por razões de segurança, não deveriam estar sinalizados ou mesmo deveria haver a indicação do seu elevado grau de perigosidade, como acontece em S. Jorge no trilho entre a Fajã dos Bodes e o Loural, outros, como é o caso do trilho que circunda a Lagoa do Fogo, por razões ambientais e pelo facto de parte do mesmo se fazer dentro de água, não deveriam figurar como oferta turística.

Além disso, para minimizar os efeitos negativos do pedestrianismo sobre o ambiente natural deverão ser tomadas diversas medidas, de que destacamos a localização dos trilhos de modo a evitar a perturbação dos elementos ecológicos mais importantes, o pisoteio das plantas, a erosão do solo, etc.. Por outro lado, a divulgação de um código de conduta e ética, que deverá ser respeitado por todos os que percorrem a pé as nossas ilhas, é outra das tarefas que não deve ser esquecida.

(Publicado no Açoriano Oriental, 16 de Setembro de 2002)

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