quarta-feira, agosto 15, 2007

Guerra? Não, Obrigado!


A história do movimento ecologista internacional está intimamente associada à luta pela paz, nomeadamente ao envolvimento de milhares de cidadãos em todo o mundo em campanhas pela eliminação das armas nucleares e de outras armas de destruição massiça, bem como à defesa da não violência como meio de resolução de conflitos.

Opositoras à guerra por princípio, as principais organizações ecologistas mundais, como o Greenpeace ou os Friends of the Earth, já se manifestaram contra a guerra que os Estados Unidos estão a preparar contra o Iraque.

Num comunicado recentemente distribuído, os Friends of the Earth recordam os problemas ecológicos causados, em 1991, pela Guerra do Golfo, com destaque para os mais de 635 milhões de litros de petróleo derramados no Golfo Pérsico que originaram a conspurcação de cerca de 1500 km do litoral da Arábia Saudita e para a libertação para a atmosfera de meio milhar de toneladas de dióxido de carbono pelos cerca de 600 poços que foram sabotados. Não falando nas mortes ocorridas e omitindo o que aconteceu à população iraquiana, sabe-se que 160 000 soldados americanos apresentam problemas de saúde ligados à sua presença na Guerra do Golfo.

Ainda de acordo com o comunicado que vimos citando, um ataque dos Estados Unidos ao Iraque poderá provocar entre 48 000 e 260 000 vítimas nos primeiros três meses de conflito e os efeitos posteriores à guerra poderão causar outras 200 000 vítimas.

Por seu turno, o Greenpeace defende que o Conselho de Segurança da ONU deverá opor-se à guerra pois o Iraque não representa nenhuma ameaça para os Estados Unidos. Para aquele movimento ecologista, o que a Administração Bush pretende é o controlo militar e político do Golfo e zonas adjacentes ricas em petróleo e gás natural.

Estou em total sintonia com a posição das duas organizações ecologistas referidas e tal como elas defendo que, ao invés de atacar alguns regimes ditatoriais (e apoiar outros), desde que tal sirva para resolver o seu problema de dependência do petróleo, os Estados Unidos deveriam tomar medidas no sentido de acabar com aquela sua dependência, apostando nos seus recursos energéticos endógenos e renováveis.

Por último, defendo que os Tratados Internacionais devem ser respeitados por todos sem excepção e que a melhor opção para a resolução de conflitos é a via diplomática. Quanto à eliminação das armas nucleares e outras de destruição massiça, sou totalmente favorável, estejam elas no Iraque, em Israel, na Coreia do Norte ou nos Estados Unidos.

(Publicado no AçorianoOriental, 3 de Fevereiro de 2003)

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