quarta-feira, agosto 08, 2007

Em Defesa da Árvore (6)

O Olmo, árvore em perigo!


O olmo ou ulmeiro é uma plnata que espontâneamente prefere solos frescos e fundos e margens de cursos de água. Nos Açores, embora não tenha grande importância na arborização, é cultivado como árvore de sombra, ao longo de arruamentos. O conjunto mais importante, não temos dúvida, é o que existe no Relvão.

A madeira de olmo é muito boa dadas as suas características: dureza, elasticidade e resistência à humidade. As suas folhas cosntituem boa forragem para o gado, sendo também usadas com fins medicinais em virtude de possuirem propriedades depurativas, tónicas, sudoríferas e diuréticas. As suas flores são melíferas. A casca exterior é rica em tanino e a interior apresenta propriedades calmantes.

Em 1910, foi observada na Holanda uma epidemia de grafiose, doença que mata um olmo em dois anos- que se espalhou por toda a Europa. O fungo responsável por esta doença atravessou o Atlântico por volta dos anos trinta e regressou ao velho continente nos anos 60. Há alguns anos chegou a Portugal, sendo raros os ulmeiros que hoje permanecem vivos em Trás- os- Montes.

Em todo o mundo civilizado faz-se um enorme esforço para salvar os olmos. No Canadá gasta-se anualmente e por árvore 500 dólares e só no Quebec, depois de 1981, foram tratadas mais de 10 000 árvores. Este comportamento deveria ser exemplo para quem nos governa. Enquanto lá se gastam fortunas por cá cabeças levianas já falam, ainda que em voz baixa, em desbastes e podas que são um crime que esperamos nunca chegue a acontecer. As feridas e amputações já feitas nas raízes é que infelizmente não se podem remediar.

A associação francesa CREPAN tem por objectivos, entre outros, “a multiplicação de árvores geneticamente resistentes e a comercialização dum produto biológico para curar os ulmeiros doentes”. Será que os centenários ulmeiros do Relvão poderão ser o ponto de partida duma linhagem sã que se poderia multilicar por estaca?
Aqui fica um apelo aos especialistas: façam algo para salvar os ulmeiros do Relvão e não só.
(Publicado no “Correio dos Açores”, 21 de Setembro de 1989)

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