segunda-feira, julho 09, 2007

Política

A propaganda oficial pretende fazer crer que todos nós somos corresponsáveis pelo desequilíbrio ecológico. Nós não somos réus nem responsáveis. As causas primeiras da crise residem nas orientações políticas, económicas sociais que condicionam o comportamento individual de todo o cidadão. Como ecologistas, somos pela participação das pessoas em todas as decisões sobre tudo o que lhes disser respeito. Não aconselhamos ninguém a ficar de braços cruzados já que as acusações aos grandes responsáveis não devem fazer esquecer coisas muito mais pequenas e quotidianas.
Como estamos em véspera de eleições e porque há problemas cuja solução depende de decisões políticas, as propostas, que a seguir faço dizem respeito a possíveis tomadas de posição:

1- Não hesite em “meter-se em política” para defesa da Vida;
2- Não colabore no desperdício que significam as gigantescas campanhas de cartazes publicitários usadas pelos partidos políticos. Escreva para os partidos e organismos oficiais propondo outros métodos não tanto agressivos;
3- Forme “Grupos de Pressão” com os seus amigos e vizinhos com o objectivo de intervir junto das mais diversas instituições com vista à solução de problemas locais;
4- Participe nas realizações dos Organismos de que seja membro. Não deixe que os outros decidam por si;
5- Adira aos grupos de ecologistas da defesa da Natureza e da vida selvagem. Assine e colabore com as publicações ecologistas.

Não queria terminar sem transcrever um conselho dado, por Sicco Mansholt, a todos os jovens quanto à orientação a dar à sua vida: “Que não vivam como eremitas e menos ainda como santos. Que amem a vida, o teatro, as artes, a cultura. Que defendam o futuro das gerações vindouras não desbaratando o solo, nem a água, nem os recursos naturais que um dia lhes farão falta. E que não se esqueçam das palavras do poeta T.S.Eliot: “Assim acaba o mundo, não por uma detonação brutal, mas gemendo docemente”.

Publicado em “O Pedagogo”, ano IV, nº5, 25 de Novembro de 1989

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