quarta-feira, julho 18, 2007


ENERGIA ELÉCTRICA


A falta de luz, ao que creio causada pelo mau tempo, e a chegada às mãos de um desdobrável do Centro de Estudos de Energias Alternativas, da EDA, EP fizeram com que passasse para o papel algumas dúvidas, as quais gostaria que fossem publicamente esclarecidas.

1- Já ouvi de um responsável da EDA, EP que aquela empresa estava em condições de exportar tecnologia. Se não estou a baralhar o que ouvi (li?), gostaria de saber qual?

2- Entre as formas/fontes de energia (alternativas?), apresentadas no referido desdobrável, aparece a energia térmica. Será que poderemos considerar a energia térmica aproveitada nas centrais termoeléctricas dos Açores, ao contrário do que é considerado em todo o mundo, como energia alternativa? Se sim, a quê?

3- A propósito, ainda de energia térmica, gostaria que me explicassem o último paragrafo do referido texto: Este tipo de energia generalizou-se mais devagar do que seria de esperar. Dependia da instalação de centrais, do petróleo, de um complexo sistema de fios, de redes de distribuição, mas acabou por progredir e continuar a ser de excepcional importância» (sublinhado meu).

4- No que diz respeito, à energia solar, os meus alunos do 10.º ano de escolaridade ficaram confusos com a original explicação do efeito fotovoltaico lá apresentada. Será que se trata do mesmo fenómeno que deu o prémio Nobel a Albert Einstein, ou é outro? Gostaria que explicassem o conteúdo do seguinte parágrafo: «O efeito fotovoltaico é obtido pela utilização de materiais, com determinadas propriedades, que, quando sobre estes incide radiação com um certo comprimento de onda faz «saltar» electrões para outro «mais livre».

Por falta de petróleo o candeeiro está a dar as últimas, por isso finalizo com um belo excerto do desdobrável dedicado à energia geotérmica (nunca fui detractor da dita nem sou cristão-novo): «a quantidade de energia que poderá vir a tornar-se acessível pela utilização desta tecnologia é considerada pelos cientistas como muito significativa, ou até mesmo, prodigiosa». Gostei do último adjectivo.

Já agora, sugiro também que se edite um folheto a explicar os originais conceitos e teorias «científicas» trazidos no desdobrável, para que este se torne mais acessível ao grande público, sobretudo aos jovens em idade escolar e respectivos professores.

O envio de exemplares ao Sr. Secretário de Estado da Energia e às Comunidades Europeias seria muito útil já que aquelas entidades precisam de ser sensibilizadas para o que de «prodigioso» por cá se faz no campo da electricidade.

Teófilo Braga (Professor da Escola Secundária da Ribeira Grande), 14/12/89

(Publicado no Correio dos Açores, 23 de Dezembro de 1989)

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