sábado, janeiro 27, 2007

EUCALIPTO, ÁRVORE "NON GRATA"

Eucalipto, “Árvore non grata”

O eucalipto (Eucalyptus globulus Labill), originário da Tasmânia onde chega a atingir mais de 100 m de altura, foi introduzido na Europa no século XIX para enxugar e sanear os terreos húmidos e insalubres. Boa fonte de combustível para fins industriais e domésticos é cultivado sobretudo para servir de matéria prima para a indústria de pasta de papel. As suas folhas sobretudo as dos ramos mais velhos, são utilizadas para fins medicinais. O eucalipto, faz parte de inúmeras preparações farmacêuticas.

Hás dois anos existiam, nos Açores, na Ilha Terceira, apenas dois núcleos florestais com dimensão significativa. Em São Miguel e Santa Maria, ilhas onde existiam pequenos povoados e árvores dispersas, a área arborizada com aquela espécie era próxima dos 100 hectares.

Em ofício, dirigido aos Amigos da Terra/Açores, datado de 2 de Setembro de 1987, o Director Regional dos Recursos Florestais escrevia: “ As áreas cobertas com eucalipto só tendem a diminuir, ora pela reconversão com outras espécies com mais valor ora pela transformação dos terrenos para outras culturas”.

Passados dois anos, a eucaliptite(*) parece ter chegado à Região. O eucalipto ocupa já 50% da superfície arborizada da Terceira.

Por que razão esta espécie, de garnde utilidade, é considerada “non grata”?

Exigente em água, produz modificações micro e macroclimáticas e provoca alterações prejudiciais aos regimes hídricos dos cursos de água ou a nível das águas subterrâneas, sendo os seus efeitos desastrosos quando em situações de monoculturas extensas.

Na Ribeirinha, na propriedade conhecida por Lameiro, existe um exemplar digno de ser observado. Sdegundo A. Emiliano Costa, em artigo publicado no Boletim da Comissão reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, em 1953, media “10,20 m de circunferência à altura do peito, equivalente a 3,24 m de diâmetro e com a altura aproximada de 55 m”.

(*) “Doença virulenta e gravíssima, que tendo já atacado governantes e outros defesnores da nossa economia “independente”, está a alastrar assustadoramente por todo o país. É pior que o SIDA, pois não é necessário contacto para a propagação do Virús. Transmite-se através das notas bancárias, basta verem-se as notas que estejam inoculadas do Virús para se ser infectado, no caso de se sofrer já de “gula” pelo dinheiro”. In “ A eucaliptização da língua portuguesa”, Jorge Paiva, Jornal de Coimbra, 28 de Dezembro de 1988)

(Publicado no jornal “Correio dos Açores”, em 16 de Março de 1989)

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