sexta-feira, janeiro 05, 2007

ECOLOGIA


O anúncio pelo movimento ecologista Greenpeace de que uma futura actuação nos Açores “para estudar a dimensão da caça à baleia” foi pretexto, para alguma imprensa regional, lançar uma série de calúnias acerca daquela prestigiada organização.

O matutino “Açoreano Oriental”, jornal que em tempos apoiava claramente o movimento separatista (FLA- Frente de Libertação dos Açores) e hoje apoia mais ou menos veladamente o Governo Regional dos Açores que o subsidia, na sua edição de 10 de Setembro de 85 escrevia o seguinte: “Vamos transcrever a crónica… sobre o Greenpeace, chamando a atenção dos leitores , e das autoridades açorianas, para alguns aspectos da actividade deste movimento ecológico cujas conotações são cada vez mais evidentes e vêm merecendo a atenção dos países ocidentais. É certo que o Greenpeace tentou uma acção na Rússia, os maiores caçadores de baleias em todo o mundo, mas a pronta reacção das autoridades soviéticas levou a organização a desistir de qualquer actividade no bloco oriental, concentrando os seus esforços ecológicos no ocidente e quase sempre em áreas particularmente sensíveis no aspecto estratégico, como foi o caso de Moruroa, onde decorrem experiências militares francesas, e, agora, nos Açores uma área do Atlântico Norte sempre em foco e onde os Estados Unidos e a França dispõem de importantes bases, com finalidades diferentes, mas igualmente importantes nos seus objectivos”.

Resumindo e concluindo, o apoio à acção terrorista do Governo de França contra o Greenpeace e o convite ao governo português para seguir as peugadas dos seus aliados franceses são por demais evidentes.

A caça ao cachalote na Região Autónoma dos Açores acabará definitivamente muito em breve, apesar da Corretora ter anunciado que iria retomá-la em São Miguel e do professor Moniz Bettencourt, gerente de uma das armações baleeiras do Pico, em entrevista à RDP- Açores, afirmar-se esperançado que a actividade recomece, embora noutros moldes (sob a forma de cooperativa), nas ilhas do Pico e do Faial, contando para tal com o possível apoio de alguns elementos do Governo Regional dos Açores naturais daquelas ilhas.

Quanto a nós, não havendo razões económicas nem financeiras para que a actividade prossiga, escasseando mesmo quem esteja disposto a dar continuidade àquele tipo de aventura tradicional, resta aproveitar, o máximo possível, todo o património das empresas baleeiras e aprofundar o estudo da actividade que foi, e ainda é, fonte de inspiração para as mais diversas manifestações de carácter cultural e até religioso.

(Publicado no jornal “Combate Operário”, Janeiro de 2006)

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