quinta-feira, janeiro 18, 2007

ERMIDA DE SÃO JOÃO- À ESPERA DE RECONSTRUÇÃO

“Entre quantas existiam em Vila Franca e a incúria dos homens deixou abandonadas, a ermida de S. João parece desafiar o tempo mostrando a quem perto dela passa as suas velhas paredes e parece que pedindo a mãos generosas que a salvem da ruína total”. (in «A Crença» 3/3/85)

A cerca de 2Km de Via Franca do Campo, a nascente da Ribeira Seca e a poucas dezenas de metros da Estrada Regional encontra-se, transformada num montão de pedras cobertas por um silvado, a ermida de São João que tal como a de Santa Catarina, construída dentro da própria Vila, sobreviveu à destruição de Vila Franca pelo terremoto de 1522.

Anterior ao terramoto, «não se sabe quem a edificou, mas conta-se que no tempo dos primeiros povoamentos da ilha se atolara naquele sítio um nobre cavaleiro, que votara erigir um altar a São João, se de lá saísse a são e salvo, como aconteceu» (*). Pertenceu ao vínculo de Jorge da Mota Cavaleiro do hábito de Aviz, pai de Petronilha da Mota, e primeira freira micaelense e abadessa do Convento de Santo André.

Já em 1696 a ermida de São João necessitava de algumas reparações; em 1811 o Bispo D. José d’Azevedo concedeu um prazo de um ano para que fossem realizados alguns melhoramentos em várias ermidas, entre elas a de S. João «findo o qual ano, se assim se não cumprir, se não poderá nelas mais celebrar o Santo Sacrifício nem dar-se culto público».

O último administrador do vínculo de Jorge da Mota, o Morgado Luís Francisco Rebelo Borges de Castro, após a lei de desamortização, ficou sem obrigação de aplicar rendimentos na referida ermida. Esta foi deixada ao abandono e acabou por arruinar-se.

Ligada à história do nosso povo e da antiga capital de S. Miguel a ermida de São João bem merece que se gaste algum dinheiro na sua reconstrução. Em 1982 «A Crença» referia o interesse do actual proprietário do terreno em ceder o que fosse necessário à sua reedificação e que existiam pessoas interessadas em recolher fundos e mover influências para as obras de reconstrução da ermida.

Onde estão essas pessoas? Que fizeram nesse sentido?

Mãos à obra, podem contar com a minha inteira colaboracão!

(*) História das lgrejas, Conventos e Ermidas Micaelenses,Urbano de Mendonça Dias

( Publicado no Jornal “Correio dos Açores”, de 9 de Julho de 1986)

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