quinta-feira, outubro 18, 2007



PROTESTO CONTRA O ENCERRAMENTO DAS FURNAS DO CABRITO E DA ÁGUA

1 – CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS

Nos últimos dias de Janeiro de 1983 fomos alertados por elementos da Associação Espeleológica “Os Montanheiros” para o facto de a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo pretender encerrar ao público as Furnas do Cabrito e da Água. Imediatamente começamos a movimentar-nos no sentido de procurar e propor uma alternativa que permitisse fazer a captação de águas nas condições de higiene exigidas, de modo a que as referidas Furnas continuassem abertas ao público.

Apresentamos, em seguida, a cronologia dos principais acontecimentos:

01/02/1983 – Alertados por um comunicado do “Luta Ecológica” e por declarações de elementos de “Os Montanheiros”, o jornal “Diário Insular” insere na sua primeira página um artigo intitulado: “Furna do Cabrito: encerrar, porquê?”.
03/02/1983 – O jornal “A União” traz a posição da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
04/02/1983 – Entrevista dada ao Rádio Clube de Angra por José Alberto Lopes e Teófilo Braga, do “Luta Ecológica” e Manuel Aguiar, presidente de “Os Montanheiros”.
05/02/1983 – Realiza-se uma visita de estudo às grutas, a última, convocada através da imprensa pelo “Luta Ecológica” e pelos “Montanheiros”. Participam cerca de oitenta pessoas.
07/02/1983 – O deputado municipal do P.S., Dionísio de Sousa, faz uma intervenção na Assembleia Municipal de Angra, cujo texto integral foi publicado no jornal “A União” em 18/Fev/83. O P.S.D. recusa as propostas apresentadas pelo referido deputado.
08/02/1983 – Sai no jornal “Diário Insular” um artigo de José Alberto Lopes em que o autor apresenta alternativas para a resolução do problema da captação da água.
11/02/1983 – O quinzenário “Directo” solidariza-se com as nossas posições. Na sua última página apresenta o artigo “Cabrito – A Muralha da Vergonha”.
12/02/1983 – Por iniciativa do “Luta Ecológica” foi entregue ao Presidente da Câmara um abaixo-assinado, condenando as posições da Câmara e sugerindo alternativas. Em poucos dias foram recolhidas 500 assinaturas.
21/02/1983 – O quinzenário praiense, “Jornal da Praia”, manifesta-se contrário ao encerramento das referidas grutas, através de um artigo intitulado “Valores e Património”.
03/03/1983 – O quinzenário “Directo” apresenta como tema principal, da sua edificação, o caso do encerramento das grutas. No seu interior, em duas páginas, podemos ler um resumo da intervenção de Dionísio de Sousa na Assembleia Municipal, um artigo de José Alberto Lopes, a posição dos “Montanheiros e do “Luta Ecológica” e um artigo intitulado “Ainda mais terramotos?!” da autoria de um dos visitantes que participou no passeio já referido.
05/03/1983 – A Câmara de Angra, segundo o “Diário Insular”, decide reestudar o caso da Furna do Cabrito.
06/03/1983 – Sai um comunicado do “Luta Ecológica” congratulando-se com a decisão da Câmara, mas discordando com algumas propostas.
18/03/1983 – O “Diário Insular” anuncia que os deputados do P.S.D. pela ilha Terceira irão apresentar uma proposta de Decreto Regional com vista a proteger as grutas e zonas de interesse vulcânico e vegetal da ilha.
29/03/1983 – A Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo aprova, apenas com uma abstenção do P.S.D., um voto de louvor aos “Montanheiros” e à “Luta Ecológica” e recomendação à Câmara Municipal de Angra para que tenha em especial conta e atenção os pareceres e posições das duas associações no que respeita ao património natural do concelho.
Em data que não posso precisar, mas nos primeiros dias de Fevereiro uma delegação do “Luta Ecológica” e dos “Montanheiros” entrevistou-se com o Presidente da Câmara Municipal de Angra e com o engenheiro responsável pelos Serviços Municipalizados.

Teófilo Braga, Terceira, Ano de 1983

Sem comentários: