sábado, dezembro 30, 2006

Lixo Radioactivo Traz Enormes Riscos


“É necessário lutar contra o nuclear. É o problema importante do século, o resto não passa de um pormenor, estamos diante da morte da civilização”
Lanza Del Vasto

Está previsto para o próximo dia onze o lançamento de cerca de mil toneladas de lixo radioactivo num cemitério atómico situado a cerca de 500 milhas a nordeste do arquipélago dos Açores.

Apesar da Convenção de Londres sobre os Despejos de detritos nucleares nos oceanos ter aprovado, por maioria, a suspensaão do vazamento, o Japão e a Inglaterra continuam dispostos a continuar com tal prática.

Na referida Convenção, que reuniu entre 14 e 18 de Fevereiro, um estudo científico apresentado pelos governos de Kiribate e Nauru ( rep.do Pacífico) revelou que todos os cemitérios nucleares apresentam fugas radioactivas.

Que consequências poderão advir para nós, açorianos, da existência de tais “cemitérios” no Atlântico?

A não cessar, imediatamente, o despejo de lixo radioactivo no Atlântico a riqueza, insuficientemente explorada, dos nossos mares está em perigo e em risco estamos todos nós, pois como se sabe, o “mal” radioactivo vai-se acumulando ao longo das cadeias alimentares que, ao chegar ao homem, poderá trazer níveis já muito elevados de radioactividade, com evidentes prejuízos para a nossa saúde ( hipóteses de cancros, leucemias, modificações genéticas nas gerações futuras, etc.).

Que posição tomar, então?

Apesar de não sermos contrários à posição defendida pelo Governo Regional, que é favorável à imediata suspensão do lançamento de detritos nucleares no Oceano Atlântico e que passem a ser depositados nos países produtores e utilzadores de energia atómica, vamos um pouco mais além, isto é, somos pela manutenção do uránio no solo, bem no fundo das minas.

(Publicado no jornal “Diário Insular”, 8 de Julho de 1983)

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