domingo, dezembro 24, 2006

Ecologia, o que é?

A ecologia faz parte de um conjunto bastante vasto e diversificado de interesses e necessidades que motivam a juventude. Daí iniciarmos neste número uma série de artigos sobre o tema.

A palavra “ecologia”, aparecida em 1866, foi criada por Ernst Haeckel, biólogo alemão, que fundiu duas raízes gregas: oikos (a casa) e logia (o discurso). Segundo o Dicionário Enciclopédico Koogan- Larousse , ecologia é a “parte da biologia que tem por objectivo o estudo das relações dos seres vivos com o meio natural e da sua adaptação ao ambiente físico ou moral”.

Da visão que a ecologia tem das coisas, podemos tirar vários ensinamentos que Barry Commoner sintetizou em quatro grandes princípios:

- Tudo está relacionado com tudo;

- Todas as coisas dirigem-se para qualquer parte. É o enunciado vulgar da conservação da matéria, que poderá ser traduzido por: ninguém consegue despejar os caixotes de lixo do planeta;

- Não há refeição gratuita. É a degradação da energia. As actividades do homem, as suas “refeições” são pagas em energia;

- A natureza é sábia. Esta afirmação ilustra o funcionamento maravilhosamente equilibrado da natureza: a complexidade e a diversidade dos equilíbrios naturais são garantes da sua estabilidade. Mostra também o fascínio da ecologia pelo mundo selvagem que poderia ser visto como um modelo de organização...se não houvesse o homem cuja actividade primeira é modificá-lo profundamente.

Estudando os equilíbrios naturais, a ecologia apercebeu-se da sua degradação crescente. A industrialização e a urbanização selvagens levam à devastação das grandes florestas, à estirilização das terras, ao envenenamento dos rios e mares, à extinção de espécies animais e vegetais, ao uso e abuso da energia nuclear (quer so a forma de centrais, quer de armas) e até ao risco de desaparecimento do próprio homem.

Assite-se, hoje, a um aumento de interesse por esse problema, devido à tomada de consciência de sectores cada vez maiores da juventude de que é necessário e urgente agir, de que o futuro não está traçado, de que a “catástrofe” só acontecerá se permanecermos alheios aos problemas.

Para terminarmos esta introdução ao tema, apresentamos alguns conselhos de Sicco Mansholt aos jovens: “ Que não vivam como eremitas e menos ainda como santos. Que amem a vida, o teatro, as artes, a cultura. Que defendam o futuro das gerações vindouras não desbaratando o solo, nem a água, nem os recuros naturais que um dia lhes farão falta”.



( Publicado no jornal estudantil “Intervenção”, 23 de Dezembro de 1981)

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