sábado, abril 14, 2007

Ecologia

“Ecologia é ter o canto de uma ave na cabeça e os pés na terra”
(Jean-Paul Ribes, “La Baleine”)

O termo ecologia foi usado pela primeira vez, em 1866, pelo biólogo alemão Ernst Haeckel, na sua obra Generelle Morphologie der Organismen. Segundo ele, a ecologia é a “investigação das relações totais do animal tanto com o seu meio ambiente orgânico como inorgânico”.

A ecologia, que só a partir de 1919 deixou de ser um ramo da biologiapode ser definida como “a ciência que estuda as relações do homem com o meio ambiente vivo e a natureza que o envolve, a comunicação que se estabelece entre os organismos vivos, desde a mais pequena célula ao mais complexo sistema vivo”.

Ao considerar que o homem vive, simultaneamente, num ambiente natural, social e psicológico, Julian Huxley advoga a necessidade de se ampliar o conceito de ecologia. Assim, segundo ele, a Ecologia Social “lida com as relações sociais do homem, tanto dentro como entre as sociedades humanas” e a Ecologia Psicológica “preocupa-se com as relações individuais e colectivas do homem com as forças e recursos da sua natureza íntima e o mundo das ideias, crenças e valores que ele criou e com os quais se cercou”.

A interacção existente entre a sociedade e natureza fez com que, a partir de certo momneto, a ecologia se tornasse, pouco a pouco, em actividade de intervenção política e social, em ecologismo- termo criado por Dominique Simonnet, em 1979, para diferenciar ciência de actividade politico/social.

No conceito de ecologia podemos, portanto, distinguir duas vertentes: acientífica e a social. Estas “não podem ser entendidas numa antítese, mas sim como dois aspectos da mesma realidade global. A previsão científica permite orientar a intervenção social, e esta a corrigir a primeira”.

Termino com um pequeno excerto do livro do ilustre engenheiro agrónomo e militante ecologista francês, René Dumond, “Utopia ou Morte”: “Ecologia é uma palavra simples. Quer dizer que o homem, como todas as espécies vivas, está incluido num meio que compreende a natureza, os outros homens, e que não pode permitir-se destruir esse meio sem se destruir a si próprio”.
(Publicado em “O Pedagogo, ano IV, nº 2, 14 de Outubro de 1989)

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